A Inteligência artificial e a economia circular funcional

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A humanização do robot”

Turing dizia que, se uma máquina conseguisse conversar com os humanos sem que eles soubessem que é uma máquina, poderia ser considerada “inteligente”. Hoje ainda não atingimos essa performance mas caminhamos nesse sentido.

Com o aumento das capacidades de processamento dos computadores e a sua redução física, o uso da inteligência artificial embebida em soluções especificas de hardware tem-se vindo a vulgarizar. Vulgarizar ao ponto de já não termos noção de que a mesma se encontra em determinados objectos de uso cotidiano como por exemplo dos vulgares aparelhos de ar condicionado que usamos em caso ou escritório. Nem sempre se trata de IA, muitas vezes são apenas algoritmos, base do funcionamento da outra, que executam um conjunto de funções de forma repetitiva, mas correcta e sempre que é necessário.

A combinação de duas megatendências – inteligência artificial e economia circular – pode acelerar a mudança para um sistema regenerativo adequado para o futuro.

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Quando, de alguma maneira conseguimos que um objecto de uso vulgar, “saiba” quais os padrões base para o seu funcionamento; quando, com que frequência, com que duração, etc., estamos a dotar esse mesmo objecto com alguma inteligência muito útil para a sua actividade que, apesar de restrita ao seu uso, é fundamental para o atingimento dos seus objectivos, ou seja, para aquilo que foi concebido.

Se além destas funções, permitirmos que o dito objecto possa comunicar com outros, usando, por exemplo a rede de dados que existe nas habitações ou escritórios, estaremos a permitir a troca de informações entre ambos e isso optimizará o funcionamento dos dois tendo em conta aquilo para que foram fabricados. Ex. Se um desses objectos, num dado período horário, detectar movimento ou presença, que considere significativa, num determinado local, num determinado período horário, poderá comunicar com outro para esse ligar a máquina do café, pois existe uma probabilidade elevada de a mesma vir a ser necessária.

A comunicação entre si

O chamado cruzamento de tecnologias de computação, pode ser visto como uma análise de dados estruturados ou dados não-estruturados, a fim de, após processamento dos mesmos, disponibilizar de forma gráfica e compreensível ao ser humano informações ou dados úteis sobre aquele momento em particular.

Volumes maiores de dados obtidos destes objectos com capacidade de comunicação entre si, também chamados de ‘’Big Data’’, são fortemente usados para otimizar a tomada de decisão de outros objectos, sobre situações do mundo real – ligar a máquina do café, como exemplificado –  que é aquilo que todos procuramos  e que além disso podem ainda ajudar as empresas a tomar melhores decisões, a reduzirem custos operacionais, a reduzirem riscos de operação e, naturalmente, aumentarem a sua liquidez.

“Ciência de dados”

Com tudo isto chegamos à ciência de dados “data science”, área voltada para o estudo e para a análise de dados vários, estruturados e não-estruturados, com o objectivo de extrair destes algum conhecimento, como já referido anteriormente; padrões e ou outros para que a tomada de decisão “automática” seja possível – a tomada de decisão por objectos, os chamados “objectos com inteligência artificial embebida”.

E o ser humano deixará de ser necessário? Diria que passará a ser necessário a um outro nível, para o qual nos estamos a preparar, necessitando de adequar o ensino de acordo com as necessidades exteriorizadas pelo mercado, formando adequadamente os jovens e os menos jovens para, podermos “usar” estes objectos, deixando para outros as funções fabris repetitivas, e parametrizando-os para que, quando atingirem o seu nível máximo de decisão, nos perguntem o que fazer a seguir. E isto já acontece hoje em muitas fábricas onde sistemas de montagem, modelação, soldadura, etc. são completamente “mecanizados” termo ainda muito usado para nos referirmos a estes objectos com algoritmia ou IA embebida. Um robot pode ser “estupidamente” repetitivo, mas sabe que é preciso reunir determinadas circunstâncias, para executar aquilo para que foi programado e se essas circunstâncias não se encontrarem combinadas naquele exacto momento, ele não só não executa a operação como emite um aviso, e aí, a intervenção do ser humano é fundamental.

O papel do ser humano, será cada vez mais de supervisor, analisando os dados gerados pelos funcionamentos “repetitivos” dessas configurações de objectos, optimizando o seu funcionamento, se possível até à exaustão, pois só assim tirará partido da “inteligência” destes objectos. E essa vantagem pode ser vista nas poupanças conseguidas, no desperdício evitado, no aumento do conforto e na qualidade de vida dos utentes dos locais equipados com estas tecnologias.

E graças à vulgarização das comunicações, tanto podemos estar junto dos “objectos” como e qualquer parte do planeta. Bastando-nos ter um smartphone ou um pc para sabermos se tudo corre como previsto e se existiram desvios ao inicial, se o objecto os resolveu de forma satisfatória ou se precisa de ser parametrizado de outra forma, algo que poderemos fazer imediatamente ou após analisar melhor os dados que foram sendo gerados.

A Inteligência artificial e a economia circular funcional

Sendo cada vez maior a consciência de que os recursos são finitos, o pensar-se na sua reutilização é a base da economia circular funcional. A reutilização ao nível dos componentes já é comum, mas a reutilização das funcionalidades quando estes objectos já se encontram em fim de vida ou no limite das suas funcionalidades ainda é uma ciência em crescimento.

Não se pretendendo que o “objecto” seja um canivete suíço mas, que possa ser usado para outros fins, usando a base do seu funcionamento em outras áreas operacionais, permitirá a sua reutilização sem investimentos, tirando partido de algum “conhecimento” entretanto adquirido nas suas ultimas funções. Hoje já é possível!

Se o objecto sabe recolher dados, analisá-los, tomar decisões e enviar toda este conhecimento para outros objectos analisarem ou usarem, então também deve poder ser usado para outras funções. Assim é importante que ao adquirir tecnologia com “inteligência embebida” saiba que a mesma não deve estar adstrita ao fim para que a está a adquirir, antes podendo usa-la mais tarde para outras funções.

Por exemplo se adquire uma tecnologia para gerir o seu edifício ou a sua habitação, deve saber que poderá, hoje, gerir o funcionamento da iluminação e, amanhã, o uso da água, dos equipamentos de ar condicionado, gerir a abertura de portas e saber do uso de locais em momentos considerados inoportunos, tudo isto sem ter que adquirir outra, antes parametrizando esta e porquê? Porque em todas estas funções onde o objecto foi usada ou pode ser usado, existe algo comum a todas, e esta é a base da economia circular funcional, baseada em sistemas de gestão técnica com inteligência embebida.

O ecossistema Hadoop”

O facto de todos os objectos poderem comunicar entre si e enviarem dados, cria-nos um problema. Onde guardar esses dados e permitir que os mesmos sejam acessíveis bem como permitir o seu processamento para a obtenção de resultados? Para isso surgiu uma plataforma chamada de “Apache Software Hadoop” que sendo mais do que um simples banco de dados, vai muito mais além. É um ecossistema completo para ser usado em sistemas computacionais que processam grandes volumes de dados em muito alta velocidade.

Esse processamento pode ser executado num único equipamento ou ser disperso por vários equipamentos “nós” para, maximizando o poder de processamento de cada um deles e funcionando de forma síncrona, entre si, apresentar-se como se de apenas um se tratasse.

Este “cluster” de equipamentos é útil, não só para o processamento da informação gerada pelos “objectos”, mas também para o seu armazenamento de dados, acessos, segurança, etc.

 

Sendo uma ferramenta disponível na internet é livre de licenciamentos, salvo situações complementares onde empresas já criaram outras funcionalidades.

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